Três em cada dez brasileiros ainda utilizam crediário, mostra pesquisa
Entre as vantagens apontadas pelos entrevistados estão a possibilidade de parcelar gastos e fazer compras mesmo sem dinheiro. Cerca de um terço não controla essas despesas e 58% já foram negativados por parcelas não pagas.
Apesar de o cartão de crédito ser a modalidade de crédito mais utilizada pelo consumidor, o crediário ainda é adotado por uma parcela significativa da população brasileira. Uma pesquisa realizada pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) mostra que três em cada dez consumidores (27%) utilizaram o crediário para fazer algum tipo de compra no último ano — seja por meio dos cartões de loja ou dos populares carnês e boletos. O levantamento também revela que as mulheres são as que mais recorrem a este tipo de modalidade (31%), além das classes C,D e E (27%).
“O crediário é uma alternativa interessante, se bem usada. Muitas vezes acaba dando a falsa impressão de que se leva o produto sem pagar, mas o consumidor precisa ter em mente que não é porque alguém compra parcelado que um dia não terá de pagar por aquela compra. Por isso, é importante organizar o orçamento e só realizar a compra se for possível arcar com os compromissos financeiros”, orienta a economista, Marcela Kawauti.
56% possuem compras no crediário
Outro dado aponta que, nos últimos 12 meses, 20% utilizaram o crediário menos de três vezes ao ano, enquanto 18%, três vezes ao mês. Embora o uso do crediário esteja restrito a minoria dos consumidores brasileiros, o público que contrata um cartão de loja ou o popular carnê ainda utiliza com frequência essa modalidade de pagamento.
Considerando os que recorreram à essa modalidade no período, 56% afirmaram ter algum crediário em aberto. Entre aqueles que souberam informar quantos crediários possuem atualmente, a média é de dois por pessoa.
Ainda entre os que compraram com carnê, boleto ou cartão da loja, 39% disseram que recorreram ao crediário por não ter condições de realizar a compra pagando à vista, em dinheiro. Já 17% aderiram a essa forma de pagamento porque não tinham limite no cartão de crédito, 13% em razão da pouca burocracia e 11% para fazer mais compras. “Se a pessoa não possui dinheiro para pagar à vista ou não tem limite no cartão de crédito é sinal de que ultrapassou o orçamento. O ideal é deixar de consumir, reorganizar as contas e, assim, evitar entrar em uma bola de neve de dívidas”, recomenda a economista.
31% das pessoas não controlam gastos no crediário e 58% já foram negativadas
A boa notícia é que a maioria dos consumidores quando usam cartão de loja e crediário analisa as tarifas ou os juros cobrados na contratação (62%). No rol de produtos mais comprados, as lojas de departamento parecem conquistar a preferência dos consumidores: a maioria (48%) afirma comprar roupas, calçados e acessórios. Um terço (35%) adquire eletrônicos, 30% eletrodomésticos, 23% móveis e 21% itens de supermercado.
Considerando a quantidade de parcelas da última compra no crediário, o estudo mostra que as pessoas ouvidas optaram por dividir em uma média de seis vezes. Já entre aqueles que têm alguma parcela pendente de pagamento no momento, 11% sinalizaram que estão com uma média de três prestações em atraso.
Quando o assunto é inadimplência, no entanto, ainda há um histórico considerável de pessoas registradas em órgãos de restrição ao crédito entre os entrevistados: 58% responderam já ter ficado com nome sujo por falta de pagamento de parcelas do crediário. Destes, 33% regularizaram sua situação e 25% ainda estão negativados. Em contrapartida, 41% nunca ficaram com nome sujo por esse motivo.
Fonte: CNDL
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